25 de abril de 2014

Para mim bolo de cenoura sempre fez parte daquelas delícias preparadas em casa pela minha mãe.  Ela nunca foi uma grande confeiteira (nunca viu esquecer do meu aniversário de 8 anos, com toda a criançada ao redor da mesa para cantar parabéns e ela tentando fazer o bolo ficar em pé...), mas os bolos simples que ela faz sempre foram maravilhosos.


Esses dias eu liguei para ela e passei uma missão: eu queria a receita daquele bolo de cenoura que ela fazia quando eu era criança.  Aquele cuja receita esta anotada no caderninho de receita da época que ela casou e quando eu era crianca já era pra lá de amerelado. Só tinha uns probleminhas: 1 - minha mãe adora jogar as coisas fora; 2 - ela jura de pés juntos que nunca fez coisas que quando crianças eu e minha irmã comíamos até enjoar e eram feitas por ela; e 3 - ela não se entende muito bem com computadores e desconfio que ela pensa que mensagem de celular é paga igual telégrafo, cobrada por letras e pontuação (só isso para explicar a falta de pontuação e conectores... e artigos, adjetivos, até mesmo verbos...). Resultado: ela me mandou por e-mail uma receita faltando açúcar e me ligou dois dias depois para me avisar que tinha esquecido do leite... Então era para eu mudar tudo, pois minha irmã tem alergia da proteína do leite (ou seja, nem produtos sem lactose resolvem no casa dela, não que isso a impeça de comer tudo o que quiser e depois ficar passando mal ou até de cama).

Ontem uma aluna minha levou uma bandejinha com bolo de cenoura para comermos durante o intervalo - mais que depressa já pedi a receita! Hoje mesmo já testei e fiz as devidas alterações: nada de farinha de trigo, que foi substituída por farinha de arroz, sem perda alguma no gosto ou textura. Nada de leite também, nem o de soja - muitas vezes o leite de soja não substitui o de origem animal, pois há alteração no gosto. Lembro que quando criança minha tia Dila (cozinheira maravilhosa!) fazia bolo de cenoura e falava para meus primos que era com ovo caipira, por isso a cor (eles não gostavam de cenoura... e nem percebiam o gosto no bolo rsrs) - com essa receita dá para enganar qualquer um, enjoado ou não, e dificilmente alguém perceberá que foi feito com farinha de arroz!


Ingredientes:
  • 2 cenouras grandes raladas
  • 3 xícaras de farinha de arroz (mais uma colher para untar)
  • 1 xícara de óleo
  • 5 ovos
  • 2 xícaras de açúcar cristal
  • 1 colher (sopa) de fermento químico em pó
  • margarina para untar

1. Bata os ovos inteiros no liquidificador. Depois acrescente o óleo e o açúcar e volte a bater. Reserve.
2. Misture a farinha e o fermento. Peneire essa misture sobre a massa batida e misture delicadamente.
3. Despeje em uma forma untada com a margarina e a farinha de arroz e leve ao forno pré-aquecido até dar o ponto e ficar douradinho: o palito/garfo deve sair seco ao ser espetado.

A fofura toda sem calda...

... e agora com aquela calda clássica de açúcar, achocolatado e margarina... hummm



8 de abril de 2014

Hoje eu trago mais uma resenha de livro. Esse foi um que me encantou primeiro pela capa, depois pela parte gráfica e, quando finalmente parei de babar na encadernação, o conteúdo foi algo que devorei páginas e mais páginas rapidamente.

O livro conta a historia - ou as versões encontradas - de 50 receitas (comidas e bebidas) famosas, seja para quem entende de gastronomia ou até mesmo quem só entende mesmo é de comer.

A linguagem é deliciosa, fácil e clara, mas sem perder o charme de quem está contando uma história - e informativa, leve e que atiça a curiosidade a cada prato. Não é preciso ser nenhum chef formado para se entender sobre o que se está falando, e é estimulante como você passa a conhecer um pouco das épocas,  da historia mundial, da evolução da cozinha e também alguns chefes tão famosos e importantes para a culinária mundial e produção de alimentos - e não falo apenas da haute cuisine - mas sobre os quais nós, pobres leigos, mal ouvimos falar - como Escoffier, Carême... Quem poderia imaginar que partiu de um chefe de cozinha durante o período de guerra a ideia de enlatar os alimentos como forma de preservá-los e facilitar a sua distribuição? Ou que uma atriz certa noite, com um estômago delicado, fosse inspiração para torradas? Ou que Napoleão estivesse por trás do Frango Marengo? Ou o papel de importantes e tradicionais hotéis como o Hitz, Savoy e Carlton para as culinárias francesa e mundial?

Além de maravilhosas e intrigantes histórias, o livro apresenta 50 receitas dos pratos apresentados, algumas originais, outras com a adaptação do autor (uma vez que certas receitas são até hoje mantidas em segredo). Até a nossa feijoada e o acarajé aparecem por lá, contanto histórias surpreendentes mesmo para nós brasileiros. Isso mostra que o autor foi a fundo na pesquisa, tanto na história quando na cultura. Para quem gosta de ler e gosta de culinária, esse é o livro perfeito!

O autor, James Winter, tem uma larga experiência na área de produção de TV e documentários e é apresentador do programa da BBC Saturday Kitchen, no qual convida inúmeros chefs para se apresentarem ao seu lado. Como escritor, esse é o seu segundo livro na área da culinária - e, caso os próximos sigam o mesmo estilo, poderemos contar com ótimos livros!


Vale a pena? SIM, SIM, SIM! Como eu já disse, para quem gosta de ler e de culinária é um livro perfeito - ótimo também para dar de presente. A parte do design e da fotografia é de babar, a qualidade do papel não fica nada  a desejar (gostei ainda mais dele ser fosco e grosso, e não aquele papel tipo fotografia). Capa dura, daquele bom e velho modelo em que as folhas são costuradas, e não coladas. O preço varia de 39,90 R$ a 59,90 R$.

Autor: James Winter / Editora: Melhoramentos / 192 pág. / Publicado no Brasil em 2013.







1 de abril de 2014

Morar em uma cidade com um forte papel da colônia japonesa tem muitos benefícios - um deles é você poder achar facilmente aquelas deliciosas comidinhas, sejam as produzidas aqui mas com a tradição de lá, sejam as vindas de lá mesmo. Sem falar que anualmente tem festival... 

Bom, por aqui em qualquer mercado você consegue achar produtos nipônicos, e até alguns coreanos. Por isso eles se tornam itens comuns de alimentação e saem daquele imaginário em que eles são apenas consumidos nos pratos tradicionalmente orientais. É só pensar que a criatividade do brasileiro (ou burajirujin, como somos chamados por lá pelos nihonjin, japoneses) afeta tudo no que colocamos a mão, e mesmo mantendo certas tradições ainda muita coisa escapa por entre os dedos e se modificam como se tivessem ganhado vida própria. 

Tudo isso para dizer que eu enfiei o kani-kama no salpicão. E junto com a pera ficou uma coisinha maravilhosa! O kani-kama (カニカマ) é um processado de peixe em forma de bastões com a parte externa avermelhada ou rosada e com sabor artificial de caranguejo. Pode ser comido frio (já é cozido), por isso é comum em saladas e sempre acaba aparecendo nos oniguiri (bolinhos de arroz) ou no sushi. Tem um gosto suave e adocicado, uma delicinha! Mas vamos lá para a receitinha de hoje... Optei pela pera não só pela falta de abacaxi em casa (sejamos sinceros), mas porque o sabor suave e levemente adocicado da pera casa melhor com o sabor do kani do que o cítrico do abacaxi - e ela ainda fica mais suculenta do que a maçã, e menos ácida do que a maçã verde. Vale a pena provar!

Ingredientes:
  • 1 cenoura bem grande ralada
  • 1 pera cortada em cubinhos pequenininhos
  • 1 lata de ervilha
  • 1 lata de milho
  • 1/2 vidro de palmito picadinho
  • 5 bastões de kani-kama cortado em rodelinhas
  • 4 colheres de maionese
  • 1/2 caixinha de creme de leite
  • 1 limão
  • 3 colheres de cebolinha picadinha
  • azeite
  • orégano
  • sal
  • batata palha (quanto baste)

1. É um prato bem difícil de fazer: misture a cenoura, a pera cortadinha, ervilha, milho, palmito, kani-kama. Depois junte a maionese, creme de leite, tempere com o limão, sal e azeite, junte a cebolinha e o orégano e pronto. Na hora de servir é só cobrir com a batata palha e está prontinho! 

Já aprendi a pedir: Anou... kani-kama wo kudasai! (Psiu... kani-kama, por favor!) kkk me perdoem e corrijam se estiver errado...

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