15 de novembro de 2014

Foi em um dos meus passeios ao shopping e andanças pelas livrarias que encontrei esse livro, mês passado. Mas como eu estava estudando para o concurso como uma doida, não tive tempo para minhas leituras por hobby. Quando o folheei. achei muito interessante. Era de uma temática que eu sabia praticamente nada - chá para mim era chá mate, chá de hortelã, chá de capim cidreira ou chá de gengibre para os momentos em que a gargante começa a pifar por causa de uma gripe (vida de professora, vocês sabem né). Por outro lado, era algo que eu sempre quis conhecer, mas não sabia nem por onde começar. Já ouvi muito falar das cerimônias do chá no Nihon (Japão) e sempre quis ir mais a fundo no assunto. 

Acabei levando o livro para casa e, passado o concurso, ele foi para a bolsa, para as minhas leituras nas idas e vindas do trabalho. Terminei em pouco tempo - a leitura é fácil, narrativas bem contadas, linguagem gostosa e sem complicações. Simplesmente flui.

O livro apresenta o chá como um mito, um rito, um remédio e a importância histórica, política e econômica dessa planta. Há um enfoque na China (país origem), Índia (onde passou a ser produzido) e na Inglaterra (um super consumidor) - o Brasil também aparece na história, graças a Dom João e o Jardim Botânico, criado para a aclimatação das plantas do chá. São apresentados também os diversos tipos de chás e as formas de preparo, além da história das peças e aparelhos de chá (há até a origem e as formas de porcelana!). No final do livro há também um guia com algumas receitas (e a breve história desses pratos) que são normalmente consumidos com chás, como pães, bolos, biscoitos, tarteletes e sanduíches. Ou seja, há muito conteúdo! E ele não é apresentado nem de forma super aprofundada e técnica voltada apenas para profissionais, nem superficial demais - é na medida certa.

Cada capítulo é deslumbrante! Você se vê imerso na cultura do lugar, na mitologia e no mistério de uma planta que, fato ignorado por nós, revolucionou o mundo - e não estou sendo exagerada. O último capítulo é um diário de bordo da autora contanto sobre as cidades que passou para escrever o livro - eu quase fiz minhas malas e parti para a China! Fiquei morrendo de vontade de conhecer esse país sobre o qual, aparentemente, eu tinha ideias erradas!

Só tive duas decepções nesse livro: 
  1. Como assim, nada do que eu tomei até hoje é chá? Chá mate não é chá? Chá de hortelã não é chá? Meu mundo caiu! Pois é... tudo isso não passa de infusões. Chá mesmo só é feito de uma planta, a camellia sinensis. O que vai proporcionar os tipos diferentes de chás são as variedades da planta, colheita (primeira, segunda...), período do ano, tipo de solo, tipo de clima, tipo de tratamento da folha ou qual folha foi colhida da planta. E se for um blend quer dizer que ele é aromatizado. 
  2. Figuras... faltaram figuras. E fotos. Só as do final do livro não fora suficientes. Senti falta de imagens das folhas, fotos das porcelanas e dos aparelhos de chá, fotos das plantações e das colheitas... 


Vale a pena? SIM! Mesmo que você nunca vá fazer uma xícara de chá na vida, só pela viagem que você irá fazer pelo miticismo, mistérios e charmosas histórias dos lugares por onde o chá exerceu influência já vale muito a pena. Ele vai na comigo na minha mala de férias, para uma releitura - senti que posso retirar mais informações. A encadernação não é nada demais, papel fosco, grosso, áspero e amarelado, sem paginas coloridas ou papel especial para as fotos. O ponto bom disso é que reflete bem no preço do livro: pode variar de 25,40 R$ a 39,90 R$ (preço sugerido pela editora).


Autor: Ina Gracindo / Editora: Casa da Palavra / 269 pág. / Publicado em 2013.





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Um comentário:

  1. O livro é tudo isso mesmo e eu tive a sorte de encontrá-lo num supermercado da minha cidade por apenas R$9,90.

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