26 de outubro de 2014

O post de hoje (que era para ter saído ontem, mas o cansaço depois de ter dado 6h de aula não permitiu) é todo dedicado a um produto tão comum em nossas vidas e que teve e ainda tem muita importância econômica e cultural - ontem foi o dia do macarrão! Esse produto tem com base a farinha de cereais (especialmente o trigo), sal e água, podendo às vezes levar ovos ou óleo e tem a origem um tanto controversa - uns dizem que foi levada da China para a Itália por volta de 1295  por Marco Polo; outros apontam que estudos mostram que antes da viagem de Marco Polo à China já haviam relatos do consumo de uma massa similar na Itália e que há indícios que remontam ao consumo do macarrão já no séc. III a.C.; há ainda os que dizem que os árabes já consumiam uma massa seca chamada itrjia e que a teriam levado para a região da Sicília no séc. IX. 

Independente da origem, foram os italianos sem dúvida que espalharam a cultura do macarrão pelo mundo. Aqui no Brasil o consumo se intensificou com a vinda da imigrantes durante a guerra. É tão tradicionalmente italiano que há congressos, associações e, desde 1995, comemora-se o dia 25 de outubro como o dia mundial do macarrão!

A receita que eu trago para vocês hoje é uma receita de família. Minha nonna italiana fazia, meu pai fazia e agora eu faço. É super fácil e fica ainda melhor caso você tenha um cilindro ou uma máquina de cortar macarrão em casa. Eu herdei uma que era da minha vó e depois passou para o meu pai (rsrs na verdade, meu pai se apossou e consertou a maquininha que já estava parada há certo tempo e minha mãe, depois que meu pai faleceu, se recusou a devolver a maquininha e disse que era para mim kkkk), mas ela ainda está na casa da minha mãe, bem longe daqui, então fiz tudo no braço, no rolo de macarrão (que finalmente foi usado para fazer macarrão rs) e na faca. Só é preciso de um pouco de força no braço e paciência, mas o resultado compensa! A receita é de uma massa de ovos.

Para a massa do macarrão:

  • 500g de farinha de trigo
  • 6 ovos grandes 
  • 1 pitada de sal

1. Disponha a farinha peneirada em um recipiente, faça um buraquinho no meio, coloque o sal e os ovos. Bata os ovos e vá misturando a farinha. Depois é só sovar até ficar tudo homogêneo. Se os ovos forem pequenos, acrescente um pouquinho de água (uma colher de chá), mas só se preciso (os meus ovos eram tão gigantes que tive que acrescentar mais uma colher de farinha). Deixe descansar por uns 40 minutos, coberta com um pano úmido para a massa não ressecar.
2. Separe a massa em 4 ou 5 partes. Cilindre para tirar as bolhas ou então, acaso você use o rolo, faça o seguinte processo: abra a massa um pouquinho em uma superfície enfarinhada, dobre, estique um pouco, dobre, estique, dobre... faça isso umas 5 ou 6 vezes. Agora é só abrir a massa, bem fininha, com cerca de 1mm de espessura. Faça uma tira comprida e não muito larga, assim é mais fácil de controlar a espessura. Repita o processo com todas as partes (demorei nem meia hora). 
3. Deixe as tirar descansarem em um lugar arejado, até que elas comecem a secar e fiquem levemente esbranquiçadas. 
4. Se você tiver a maquininha de cortar, agora é só passar as massinhas pela máquina para cortá-las. Se você pretende cortá-las na faca, esfarinha super levemente as tirar, dobre-as e corte as tiras. Assim que terminar de cortar, separe-as e, de preferência, pendure-as em algum lugar para terminarem de secar. As minhas já estavam bem sequinhas, então só deixei um pouco mais em cima de mesa e depois separei em porções. Tive o rendimento de 780g de massa. Lá em casa ela já durou uma semana - não que tenha estragado depois disso, mas foi o quanto durou o estoque antes de comermos tudo rsrs.


Abra a massa bem fininha, com um 1mm de espessura, até ficar quase transparente.

Aqui a massa já cortada bem grosseiramente, justamente para ficar com cara de caseiro. Se quiser, corte  mais fininho e mais regular.

huummm yammy yammy! (p.s.: a toalha quadriculada vermelha não foi intencional!)

Aqui em montinho...

... e aqui já separado em porções, para facilitar guardar e cozinhar. 
Esse é meu paizinho e o varal de estender macarrão que ele mesmo inventou (agora ele deve estar fazendo muita macarronada lá no céu...) - era assim que costumávamos secar o macarrão lá em casa.


Preparada a massa? Agora vamos para o molho Alfredo!

Esse molho é a coisa mais simples do mundo! Uma simplicidade fantástica e genial e que dura já 3 gerações, desde que o chef Alfredo di Lelio criou o prato para sua esposa e depois passou a servi-lo em seu bistrô que havia sido inaugurado em 1910 em Roma. Virou o sucesso da casa e tornou o restaurante famoso, e desde a época de Alfredo ele ainda é feito da mesma forma, apesar de haverem diversas versões da receita por aí. O que dá destaque nesse prato é a qualidade dos ingredientes e há um truque básico: o prato em que será servido deve ser aquecido. 

Molho Alfredo (para 250g de macarrão):
  • 3 colheres (sopa) de manteiga de qualidade
  • 150g de queijo parmesão em pedaço
  • sal
  • uma colher de café de ervas de Provence

1. Cozinhe o macarrão em água salgada - não ´precisa de azeite, basta seguir a proporção de 1 litro de água para cada 100g de macarrão. 
2. Coloque os pratos nos quais será servido o macarrão em uma panela com água e ferva até eles estarem aquecidos. Ou, caso opte por colocar em uma só travessa, você pode ferver a água e despejar nela, ou ainda colocar água quente e levar ao forno ou ao microondas por alguns minutos. 
3. Rale o parmesão - compre o pedação do parmesão e rale em casa para garantir a qualidade. Muitas vezes os queijos já ralados possuem misturas ou já estão muito ressecados. Ralar em casa vai de certa forma garantir que o seu parmesão é mesmo parmesão.
4. Pegue o prato aquecido, coloque a manteiga (que vai começar a derreter lindamente!), sal, pitadinhas de ervas de Provence (cuidado, pois são muito forte!), coloque o macarrão e cubra com o parmesão. Se preferir, pode misturar já ou levar assim para a mesa, para que cada um misture o seu.


O parmesão é um queijo duro, então ele não vai derreter como a muçarela, ok?



24 de outubro de 2014

Sábado eu passei o meu dia em Floripa. Foi a minha primeira vez na cidade (bem diferente do que eu esperava, mas linda do mesmo jeito!), então é claro que eu tinha que visitar o mercadão municipal e depois acabei em um shopping e em uma livraria. Não tive muito tempo para escolher cuidadosamente um livro, mas acabei levando um que achei muito interessante e bem diferente dos que eu costumo achar por aqui. Sem falar que a proposta de juntar culinária, história e cultura do Nihon (o nome original do Japão) fez minha curiosidade ter tremeliques.

O livro fala sobre os izakaya (居酒屋), estabelecimentos japoneses surgidos durante o período Edo (período em que o Nihon foi governado pelos shoguns da família Tokugawa, de 1603 a 1868) e que tinham a função de comercializar o sake. Os fregueses podiam fazer a degustação da bebida na loja, que com o tempo passou a oferecer também alguns acompanhamentos. Hoje os izakaya são como bares em que se pode beber o tradicional sake, ou uma cerveja super gelada (que, por minha experiência com a convivência com os Nihonjin ou dekasseguis, pude perceber que eles adoram!), acompanhados de pratos também tradicionais que se harmonizam com as bebidas e estão repletos de culturas regionais - bom, assim como para os judeus, a comida os japoneses é um ritual, uma arte. 

A ordem dos assuntos apresentados segue mais ou menos assim: primeiro, uma breve história dos izakayas e uma contextualização. Há um grande enfoque nos estabelecimentos aqui do Brasil, ou melhor, de São Paulo e algumas estatísticas dos izakayas de acordo com o Ministério de Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Nihon. Depois, há uma boa parte sobre o sake, os principais tipos e a diferença entre eles. O livro segue com a apresentação de 8 estabelecimento, com suas breves histórias, seus donos e alguns pratos de destaque. 

Minha opinião de forma geral é: eu esperava mais. Talvez um pouco de preconceito meu, mas já fiquei um pouco com o pé atrás quando li que o livro não foi escrito por um especialista da área depois de anos de estudo - foi algo encomendado pela editora para um autor que, apesar de já ter ganho prêmio por livro publicado na área de gastronomia japonesa, não tinha muito conhecimento sobre o assunto até a editora encomendar o livro. 

A leitura é fácil, a linguagem é gostosa, tanto que li o livro rapidinho (até mesmo por conta das letras grandes, textos separados em tópicos e lindas imagens). Mas alguns capítulos se parecem muito com trabalhos acadêmicos, e até pude ouvir a voz do meu orientador da minha época de mestrado dizendo: "tá, isso é um capítulo de dissertação. Agora transforme em um capítulo de livro, pois é diferente." E eu ainda não entendi o porquê de ter uma parte sobre uma degustação, com uma breve biografia de cada participante, e não ter sido trabalhada melhor. E as biografias, totalmente dispensáveis, até mesmo porque os participantes não expressaram nenhuma opinião que formasse argumentos no texto. 

Gostei das receitas seguirem as origens - é um tanto decepcionante quando você compra um livro para ver as receitas originais e acaba se deparando com situações como "se não tiver molho shoyu, use molho inglês, que é a mesma coisa" ou quando você se depara com ovo de codorna no yakisoba (os Campo grandenses vão entender). Pode até ficar muito bom, mas se eu estou procurando pela receita original, que tente-se pelo menos chegar perto. Pontos a favor do livro: prima até pelo shoyu de fermentação natural, e não os de fermentação química que utilizamos por aqui. Gostei também do glossário no final e as lendas apresentadas.

A parte de fotografia e design do livro é um festival a parte: lindas ilustrações (às vezes parecia mais que eu estava lendo um livro infantil, de tão fofas e lindinhas), lindas fotografias, papel de qualidade, grosso e fosco (facilita a leitura, principalmente para quem, como eu, anda com o livro na bolsa e vez ou outra acaba apelando para as luminárias LED de livros). 

Vale a pena? Sim e não. O livro é interessante, o tema é interessantíssimo, uma pena que faltou algo mais. A impressão é de ótima qualidade. Entretanto, achei o valor um tanto salgadinho - entre 63R$ e 79R$. A qualidade da impressão justifica o preço, mas a quantidade de informações no livro, não.



Autor: Jo Takahashi / Editora: Melhoramentos / 168 pág. / Publicado em 2014.





2 de outubro de 2014

Laranja ultimamente tem sido um item básico aqui em casa. Daqueles que, quando o estoque começa a baixar, já passo no mercado e pego mais uns 3 quilos... Além de estarem baratas, ainda estão super docinhas esse ano, então dá para aproveitar bastante. É o tipo de suco que, mesmo tomando todo dia, não dá para enjoar. Não gosto muito de chupar laranja, mas o suco... humm... já desde a época da minha gravidez minha mãe costumava tomar litros e litros. Nasci, cresci e continuo assim, tanto que quando eu morava com meus pais, minha mãe costumava fazer o suco e deixar na geladeira. Ao invés de tomar água, eu bebia suco... hummm...

Essa semana ganhei um pote de acerolas, que minha tia colheu do pé que tem no quintal. Mas não gosto muito do suco puro de acerola - bebo, mas não é dos meus favoritos. Então resolvi juntar também os moranguinhos orgânicos que minha irmã comprou na feira - pequenininhos, vermelhinhos e docinhos como aqueles que dão no quintal de casa. O resultado foi esse super vitaminado suco, refrescante, colorido e delicioso! Não é exatamente uma receita que trago aqui hoje, mas uma ideia de mistura para o suco, rápido, nutritivo e delicioso!

Ingredientes:
  • 5 laranjas
  • 10 acerolas
  • 6 moranguinhos (bem maduros... se for grande, pode usar só uns 4 ou 5)
  • 2 colheres de açúcar (opcional)
  • 6 pedrinhas de gelo


1. Esprema as laranjas. Junte no liquidificador o suco da laranja, as acerolas e os morangos lavados, o açúcar e o gelo, bata e coe para servir. 



No seu copinho: vitaminas C, A, B1, B2, B3, B5, B6, além dos minerais cálcio, ferro, potássio, magnésio e selênio...
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