Tilápia ao forno com maionese e legumes

Uma opção fácil e leve para quem quer fugir do tradicional.

Palha italiana de damasco

Praticamente todo mundo conhece a tradicional palha de chocolate... que tal provar essa dourada, feita com damascos?

Torta com curry

Esse delicioso condimento indiano pode ir além dos cozidos!

Beringela recheada com linguiça

Praticidade para aqueles momentos que você não quer ficar esquentando a barriga no fogão!

17 de setembro de 2017

A quinua (ou quinoa) está entre os novos super alimentos, uma queridinha para quem busca uma alimentação saudável. Confesso que essa foi uma das razões para eu incluir esse grão na minha lista alimentar... uma alternativa para o arroz do dia-a-dia, com uma leve redução na quantidade de carboidratos e mais vitaminas e tantos outros benefícios que deixam os nutricionistas tão felizes. Minha outra razão foi simplesmente a curiosidade. Gosto de experimentar novos ingredientes, novas receitas, novas possibilidades, e a inauguração de uma loja de produtos naturais quase na esquina de casa foi sem dúvida uma santa novidade e motivação. Sorte ainda que os proprietários tem uma boa visão de negócio e vira e mexe eles trazem algum produto novo para a loja. 

Com a correria do dia-a-dia (a maior razão para eu ter desaparecido do blog... sobra apenas o domingo para cozinhar com calma, e quase sempre estou cansada demais para inventar algo novo, rascunhas, tirar foto, postar... sorry), poder preparar parte da minha refeição em apenas alguns minutos e poder levar na minha marmitinha é a salvação. Então, para aqueles que ainda não experimentaram esse grão, deixo aqui a minha receitinha básica; a preparação é simples, praticamente a mesma do arroz. Só é necessário prestar atenção que a quantidade não rende tanto quanto a do arroz. Para cada porção uso um pouquinho menos de meia xícara, o que é suficiente para mim. Mas mantendo as proporções de grão e água já é o suficiente, o resto vocês podem adaptar conforme o próprio gosto ou necessidade.

Ingredientes:

  • 1 xícara de quinua (lave bem, passe os grãos em uma peneira pela água 3 vezes, para não correr risco de ficar amarga)
  • 1 dente de alho bem picadinho (pequeno ou médio, a quinua pega tempero mais facilmente do que o arroz)
  • 2 colheres de cebola bem picadinha
  • 1 colher (chá) rasa de sal
  • 2 xícaras de água (temperatura ambiente, não precisa ser quente; para cada medida de quinua, use duas de água)
  • um fio de óleo ou azeite


1. Em uma panela já aquecida, coloque um fio de óleo, sal, cebola, alho e a quinua bem escorrida. Refogue para incorporar bem os temperos e adicione a água. Deixe o fogo baixo e tampe. Assim que a água secar, desligue, mexa e deixe descansar por alguns minutos: essa é o truque para que a quinua não fique grudenta, e sim soltinha como um bom arroz.


quinoa
Uma porção feita com meia xícara de grãos

20 de maio de 2017

Sabe aqueles dias de frio que você precisa de algo um pouco mais forte, que seja confortante e sem deixar o estômago pesado? Foi com essa ideia (e uma certa inspiração nos chillis que um amigo britânico frequentemente mandava fotos) que cheguei a essa receita. A vontade de ter algo quentinho, saboroso no estômago deu tão certo que já cheguei até a fazer essa receita na noite de despedida de um amigo que deixava o país e todos adoraram! 
A receita leva um certo tempo de preparo, é necessário ficar pelo menos 50 minutos a 1h fervendo, mas vale muito a pena! Se possível, use uma panela de fundo grosso, que vai manter melhor a temperatura durante o longo tempo de fervura.

  • 2 linguiças calabresas defumadas fininhas. cortadas em rodelinhas
  • 250g de carne em tirinhas
  • 3 colheres de bacon em cubinhos
  • 1/2 média cebola picadinha
  • 2 dentes de alho (1 picadinho e outro inteiro)
  • 3 tomates bem maduros
  • 1/4 de pimentão vermelho
  • 3 colheres de molho de tomate
  • 1 colher (chá) de molho de pimenta
  • 1 colher (chá) de páprica picante
  • 1 colher (chá) de molho inglês/Worcestershire
  • 1 folha de louro
  • 3 colheres (chá) de açúcar
  • 2 xícaras de água
  • 1 pão ciabatta, para acompanhar
  • sal a gosto

1. Comece temperando as tiras de carne com o alho picado e um pouquinho de sal. Reserve. 
2. Frite os cubinhos de bacon - não é necessário nenhum óleo, pois o bacon vai liberar gordura. Quando estiver quase douradinho, acrescente a calabresa e frite mais um pouco. Os dois prontos, junte a cebola, a carne e continue fritando.
3. Bata no liquidificador os tomates, o pimentão, o dente de alho com a água até tudo tiver virado um caldo. Acrescente à carne, à linguiça e ao bacon, misture bem e junte a páprica, o molho inglês/Worcestershire, o louro, o açúcar, o molho de tomate e o molho de pimenta. Mexa bem e quando formar uma espuma na superfície, retire com a ajuda de uma escumadeira ou uma peneira chata. Deixe ferver por 1h, acrescentando mais água conforme for reduzindo e se necessário.
4. Para servir, corte o pão ciabatta em pedaços, molhe-os com azeite e doure em uma frigideira.  Outra dica é usar tortilhas de milho para nachos para acompanhar.



21 de abril de 2016

Pouca gente tem o hábito de preparar caldo de frango ou carne em casa... ou por não ter ideia de como fazer, ou por achar que é muito complicado, por achar mais prático comprar pronto ou mesmo por não ter tempo. Então vamos sacudir essas suposições e partir para o novo: uma vez que você provar o caldo feito em casa e como é fácil de preparar (apesar de tomar um pouco de tempo), caldo de tablete e potinho não entrarão mais na sua cozinha! Sem falar que é muito mais saudável... só por não conter uma quantidade imensa de sal já ajuda muito! E também tem o colágeno dos ossos... Outro atrativo do caldo de frango feito em casa é poder reaproveitar o que antes iria para o lixo sem dó nem piedade: os ossinhos do frango.

O da receita de hoje surgiu por acaso. Fui ao mercado e o Chester estava em promoção. Voltei pra casa com 3 quilos de ave para fazer para o almoço de domingo... para duas pessoas... que comem pouco. Ou seja, tivemos ave assada no almoço de domingo, na janta, almoço da segunda, depois virou ave desfiada e ainda tenho uma porção desfiada no congelador. Então sobrou a carcacinha... que eu não ia jogar fora! Eu já tinha guardado o suco do assado que ficou na forma o dia que assei, então era só juntar tudo e mais um pouquinho e me sentir uma supere cozinheira - dizer que você faz o caldo em casa dá aquela sensação de pessoa que super entende de cozinha... bem, mas não é nada disso, vamos lá que você vai notar como é fácil!

Ingredientes: 
  • carcaça de uma ave Chester (ou um frango grande... bem grande... ou dois normais)
  • caldo que ficou do assado (2 xícaras, no meu caso)
  • 1 cenoura pequena descascada e cortada em gomos grandes
  • 1 cebola média cortado em duas e com dois cravinhos espetados nelas
  • 1 dente de alho grande inteiro
  • 1 pedaço de alho poró (usei inclusive a parte mais verdinha das folhas) em pedaços grandes
  • 1 pedaço de aipo cortado em pedaços grandes
  • 1 folha de louro
  • 3 bolinhas de pimenta-da-jamaica quebradas
  • 2 ou 3 galhinhos de salsinha, inteiros
  • 1 litro de água
  • uma pitadinha de sal (opcional)


1. Primeiro coloque a carcaça (ossinhos ainda com um pouquinho de carne e cartilagens) pa

ra tostar por meia hora. Isso vai dar mais sabor ao caldo e deixa-lo mais escuro. Caso queira um caldo mais claro e com sabor mais suave, pule essa etapa.
2. Coloque agora em uma panela grande de fundo grosso todos os ingredientes, cubra com a água e deixe ferver. Quando abrir fervura, abaixe o fogo e deixe cozinhar por 2h. Deixe reduzir e reponha a água evaporada quando necessário. 
3. Depois de cerca de 2h basta coar com uma chinois ou qualquer peneira fininha. Você pode guardar na geladeira por 5 ou 6 dias ou colocar em forminhas de gelo e congelar. O meu rendeu um pouco mais de meio litro e eu dividi em um vidro que foi para a geladeira e uma forminha.


Os legumes e o caldo que sobrou do assado

Agora já com a carcaça
Mais água

e depois de 2h de fogo

Parte eu coloquei em um vidro para usar logo e outra parte coloquei em forminhas para congelar, preferi deixar o caldo bem concentrado

Aqui o caldo está diluído em água para fazer o risotto alla milanese que postei antes. Peço desculpas pela qualidade das fotos, algumas foras tiradas com a máquina fotográfica e outras com o tablet, por isso não ficaram não boas.



7 de fevereiro de 2016

Olá pessoal, aqui estou eu de volta. Que coisa feia, o último post foi quase um ano atrás... De lá para cá tanta coisa aconteceu que a diversão na cozinha e a criatividade acabaram de ter que ficar de lado por causa da total falta de tempo. Além disso ainda estou me adaptando a uma nova cozinha.. de apartamento, ou seja, bem menor do que a de antes. O lado bom é que as leituras pelo menos não sofreram tanto, pois ainda gasto muito tempo esperando por ônibus ou indo de ônibus de um lado para o outro e manter sempre um livro na bolsa ajudar a tornar cada minuto útil. 

Então vamos lá. A receita de hoje é um clássico da culinária... quem já não fez/provou/viu/ouviu-falar de um bom risoto? Principalmente do milanês? Essa tradicional obra de arte da diversificada culinária italiana tem rondado as cozinhas por cerca de 500 anos e não é difícil de entender o porquê... é saboroso, tem uma apresentação linda que enconde a facilidade de preparo. Além disso, hoje é ainda mais fácil encontrar os ingredientes necessários, havendo disponibilidade de arroz nacional ou importado em bons mercados. 

Para essa receita eu utilizei caldo de frango que eu mesma preparei em casa - vou fazer o caminho inverso da coisa, postarei a receita do caldo depois. É bem fácil de fazer e só precisa de um pouco de tempo. Eu prefiro evitar o máximo possível usar temperos prontos - além do mais, usar ervas secas e frescas deixa sua comidinha mais saborosa e a preparação mais divertida. 

Ingredientes:
  • 2 xícaras de arroz carnaroli (pode ser o arbóreo também, mas eu prefiro o carnaroli pois este fica mais ao dente, mais firme que o arbóreo)
  • 1,5 litro de caldo de frango
  • 1 xícara de vinho branco seco
  • 1/2 cebola grande bem picadinha
  • 1 dente de alho bem picadinho
  • 3 colheres de manteiga
  • 1 xícara de queijo parmesão ralado 
  • 1 colher de chá de açafrão-da-terra/cúrcuma (a receita original leva o açafrão verdadeiro, em pistílios ou pó... pode ser um pouco difícil de encontrar e o preço é um tanto salgado, uma vez que o açafrão é a especiaria mais cara do mundo... eu optei pela cúrcuma, fique a vontade de utilizar qual preferir... normalmente com o açafrão original há um toque também no sabor, e não apenas na cor)
  • Pimenta da jamaica moída (um toque meu, opcional)
  • Mais um pouco de queijo parmesão para servir


1. Coloque o caldo de carne para esquentar e mantenha-o no fogo, você vai sempre precisar trabalhar com ele quente para preparar o risotto.
2. Em uma panela de fundo grosso, coloque 1 colher de manteiga e quando derreter (mas sem queimar), adicione a cebola e o alho. Frite-os até amolecer, porém sem dourar.
3. Acrescente o arroz (eu lavei previamente... bem, simplesmente não gosto de sujeirinha na minha comida... mas se lavar, não se esqueça de deixar escorrer bem) e frite bem, mas sem deixar amarelar.
4. Junte o vinho branco e mexa, deixei evaporar.
5. Coloque o açafrão-da-terra ou o açafrão verdadeiro, misture bem. Coloque também sal a vontade, mas tome cuidado que o caldo de frango e o queijo que serão acrescentados depois já são salgados.
6. Quando o vinho tiver evaporado, comece a juntar o caldo de frango aos poucos. coloque uma ou duas conchas, mexa bem e deixe cozinhar. Quando evaporar, coloque mais um pouco e vá repetindo o processo até o arroz estiver cozido. Mexer sempre é também fundamental para a textura.
7. Quando estiver quase pronto, acrescente o queijo, misture bem, e o restante da manteiga... é ela que dará ao risotto aquele tom brilhante na cor. E prontinho! Para servir você pode polvilhar um pouquinho de pimenta-da-jamaica por cima e um pouco mais de queijo... 

risoto milanês
Com uma pitadinha de pimenta-da-jamaica e um pouquinho mais de queijo parmesão

13 de abril de 2015

Comer está mais ligado ao meu subconsciente do que o normal. Isso quer dizer que vez ou outra eu vou ter sonhos com combinações de pratos ou sonhos nos quais estou preparando ou comendo alguma coisa. O resultado sempre é que acordo com vontade... Dessa vez não foi muito diferente. Acordei com vontade de comer um sanduíche de salmão. Fiquei 5 dias com a imagem do sanduíche na cabeça, até poder ir ao mercado e comprar o peixe, até poder ir ao mercado, comprar os ingredientes e ter tempo de fazer. Se o resultado valeu a pena? Muitíssimo! O preparo foi rápido, basicamente só o tempo de assar o peixo no forno. Fiquei com vontade de defumar, mas como era algo que eu nunca fiz e não tenho a mínima ideia de como funcionaria o processo em casa, optei pelo forno mesmo. 

A escolha do pão foi demorada... eu tinha na imagem mental um pão escuro, macio e firme. Não era simplesmente um pão integral, era mais escuro. Com grãos, de preferência. Olhei todos os pães da prateleira e não achei nada que realmente fosse como eu imaginava. Depois de uns 20 minutos de busca, passei pela mesa da padaria do supermercado e descobri um schwarzbrot de fabricação própria do mercado, perfeito! Esse pão não é nada mais que um pão preto alemão, feito normalmente de 90% de centeio integral e levemente doce e úmido. Ou seja - grãos, textura e linda aparência sem aquela coisa áspera e seca da maioria dos pães integrais.

E para completar, eu não queria um simples cream cheese no meio. Tinha que ser aromatizado com ervas. E a escolhida foi minha sálvia, que estava em um lindo pézinho que eu havia replantado em um vaso maior algumas horas antes. Voltei lá e peguei algumas folhinhas, erva fresquinha direto para a receita. 

Ingredientes:
  • 2 fatias de pão schwarzbrot - ou pão preto de centeio integral
  • 150g de filé de salmão
  • 2 colheres de cream cheese
  • 3 folhinhas de sálvia
  • sal grosso
  • flor de sal

1. Coloque uma fina camada de sal grosso em uma assadeira, coloque o filé de salmão e mais um pouquinho de sal por cima. Leve ao forno pré-aquecido pelo tempo suficiente para assar mas não ficar seco - como o pedaço é pequeno, é questão de minutos, dependendo do seu forno.
2. Retire a pele e separe o peixe em lascas conforme a fibra. Deixe esfriar.
3. Pique a sálvia em tirinhas bem fininhas e misture ao cream cheese com uma pitadinha de flor de sal. Leve à geladeira para que readquira a consistência mais durinha.
4. Toste o pão levemente. 
5. Agora é só montar: uma boa camada do cream cheese temperado, lascas do peixe e cobrir com a outra fatia. Prontinho! Saudável, diferente do nosso tradicional presunto e queijo e delicioso!




24 de março de 2015

Olá pessoal, tudo bom? Finalmente apareço por aqui... Os últimos meses têm sido corridos e não sobrou muito tempo ou criatividade para bolar novas receitas, peço desculpas. Agora aqui em casa estamos com um pequeno probleminha que nos fez mudar muito a alimentação e nossos hábitos de compras no mercado - descobrir que minha irmã é silíaca e tem uma leve alergia à proteína do leite fez com que eu cortasse boa parte das coisas que eu estava acostumada a fazer e também começasse a pensar em alternativas. Ainda estamos nos adaptando e estou evitando preparar coisinhas que vão glúten, pois a criaturinha acaba ficando com vontade e comendo mesmo sabendo que depois vai ficar de cama, passando mal. 

Bom, para hoje preparei pequenos bolinhos de mandioca, estilo comidinha de boteco. Esses levam queijo, mas no lugar da farinha para empanar eu usei farinha de arroz temperada. São facílimos de fazer e se você já tiver sobras de mandioca cozida ainda é super rápido.

Ingredientes:
  • 2 xíc. de mandioca cozida ralada (usei o processador com a função ralador, e não a lâmina tipo faca que faz com que vire um purê)
  • 1/3 xíc. de queijo muçarela ralado grosso
  • 1/3 xíc. de milho verde
  • 1/2 colher (chá) de ervas de Provence
  • 1/2 colher (chá) de tomilho seco
  • 1/2 colher (sopa) de orégano
  • sal 
  • farinha de arroz temperada para empanar
  • óleo para fritar e para untar as mãos


1. Depois de passar a mandioca pelo ralador do processador, basta misturar as ervas, sal, o milho e o queijo. Faça bolinhas (vai precisar untar a mão com um pinguinho de óleo), passe pela farinha de frite. Viu, rapidinho e facinho!


Esqueci de tirar foto com ela aberta... mas fica com o queijo derretido por dentro

15 de novembro de 2014

Foi em um dos meus passeios ao shopping e andanças pelas livrarias que encontrei esse livro, mês passado. Mas como eu estava estudando para o concurso como uma doida, não tive tempo para minhas leituras por hobby. Quando o folheei. achei muito interessante. Era de uma temática que eu sabia praticamente nada - chá para mim era chá mate, chá de hortelã, chá de capim cidreira ou chá de gengibre para os momentos em que a gargante começa a pifar por causa de uma gripe (vida de professora, vocês sabem né). Por outro lado, era algo que eu sempre quis conhecer, mas não sabia nem por onde começar. Já ouvi muito falar das cerimônias do chá no Nihon (Japão) e sempre quis ir mais a fundo no assunto. 

Acabei levando o livro para casa e, passado o concurso, ele foi para a bolsa, para as minhas leituras nas idas e vindas do trabalho. Terminei em pouco tempo - a leitura é fácil, narrativas bem contadas, linguagem gostosa e sem complicações. Simplesmente flui.

O livro apresenta o chá como um mito, um rito, um remédio e a importância histórica, política e econômica dessa planta. Há um enfoque na China (país origem), Índia (onde passou a ser produzido) e na Inglaterra (um super consumidor) - o Brasil também aparece na história, graças a Dom João e o Jardim Botânico, criado para a aclimatação das plantas do chá. São apresentados também os diversos tipos de chás e as formas de preparo, além da história das peças e aparelhos de chá (há até a origem e as formas de porcelana!). No final do livro há também um guia com algumas receitas (e a breve história desses pratos) que são normalmente consumidos com chás, como pães, bolos, biscoitos, tarteletes e sanduíches. Ou seja, há muito conteúdo! E ele não é apresentado nem de forma super aprofundada e técnica voltada apenas para profissionais, nem superficial demais - é na medida certa.

Cada capítulo é deslumbrante! Você se vê imerso na cultura do lugar, na mitologia e no mistério de uma planta que, fato ignorado por nós, revolucionou o mundo - e não estou sendo exagerada. O último capítulo é um diário de bordo da autora contanto sobre as cidades que passou para escrever o livro - eu quase fiz minhas malas e parti para a China! Fiquei morrendo de vontade de conhecer esse país sobre o qual, aparentemente, eu tinha ideias erradas!

Só tive duas decepções nesse livro: 
  1. Como assim, nada do que eu tomei até hoje é chá? Chá mate não é chá? Chá de hortelã não é chá? Meu mundo caiu! Pois é... tudo isso não passa de infusões. Chá mesmo só é feito de uma planta, a camellia sinensis. O que vai proporcionar os tipos diferentes de chás são as variedades da planta, colheita (primeira, segunda...), período do ano, tipo de solo, tipo de clima, tipo de tratamento da folha ou qual folha foi colhida da planta. E se for um blend quer dizer que ele é aromatizado. 
  2. Figuras... faltaram figuras. E fotos. Só as do final do livro não fora suficientes. Senti falta de imagens das folhas, fotos das porcelanas e dos aparelhos de chá, fotos das plantações e das colheitas... 


Vale a pena? SIM! Mesmo que você nunca vá fazer uma xícara de chá na vida, só pela viagem que você irá fazer pelo miticismo, mistérios e charmosas histórias dos lugares por onde o chá exerceu influência já vale muito a pena. Ele vai na comigo na minha mala de férias, para uma releitura - senti que posso retirar mais informações. A encadernação não é nada demais, papel fosco, grosso, áspero e amarelado, sem paginas coloridas ou papel especial para as fotos. O ponto bom disso é que reflete bem no preço do livro: pode variar de 25,40 R$ a 39,90 R$ (preço sugerido pela editora).


Autor: Ina Gracindo / Editora: Casa da Palavra / 269 pág. / Publicado em 2013.





26 de outubro de 2014

O post de hoje (que era para ter saído ontem, mas o cansaço depois de ter dado 6h de aula não permitiu) é todo dedicado a um produto tão comum em nossas vidas e que teve e ainda tem muita importância econômica e cultural - ontem foi o dia do macarrão! Esse produto tem com base a farinha de cereais (especialmente o trigo), sal e água, podendo às vezes levar ovos ou óleo e tem a origem um tanto controversa - uns dizem que foi levada da China para a Itália por volta de 1295  por Marco Polo; outros apontam que estudos mostram que antes da viagem de Marco Polo à China já haviam relatos do consumo de uma massa similar na Itália e que há indícios que remontam ao consumo do macarrão já no séc. III a.C.; há ainda os que dizem que os árabes já consumiam uma massa seca chamada itrjia e que a teriam levado para a região da Sicília no séc. IX. 

Independente da origem, foram os italianos sem dúvida que espalharam a cultura do macarrão pelo mundo. Aqui no Brasil o consumo se intensificou com a vinda da imigrantes durante a guerra. É tão tradicionalmente italiano que há congressos, associações e, desde 1995, comemora-se o dia 25 de outubro como o dia mundial do macarrão!

A receita que eu trago para vocês hoje é uma receita de família. Minha nonna italiana fazia, meu pai fazia e agora eu faço. É super fácil e fica ainda melhor caso você tenha um cilindro ou uma máquina de cortar macarrão em casa. Eu herdei uma que era da minha vó e depois passou para o meu pai (rsrs na verdade, meu pai se apossou e consertou a maquininha que já estava parada há certo tempo e minha mãe, depois que meu pai faleceu, se recusou a devolver a maquininha e disse que era para mim kkkk), mas ela ainda está na casa da minha mãe, bem longe daqui, então fiz tudo no braço, no rolo de macarrão (que finalmente foi usado para fazer macarrão rs) e na faca. Só é preciso de um pouco de força no braço e paciência, mas o resultado compensa! A receita é de uma massa de ovos.

Para a massa do macarrão:

  • 500g de farinha de trigo
  • 6 ovos grandes 
  • 1 pitada de sal

1. Disponha a farinha peneirada em um recipiente, faça um buraquinho no meio, coloque o sal e os ovos. Bata os ovos e vá misturando a farinha. Depois é só sovar até ficar tudo homogêneo. Se os ovos forem pequenos, acrescente um pouquinho de água (uma colher de chá), mas só se preciso (os meus ovos eram tão gigantes que tive que acrescentar mais uma colher de farinha). Deixe descansar por uns 40 minutos, coberta com um pano úmido para a massa não ressecar.
2. Separe a massa em 4 ou 5 partes. Cilindre para tirar as bolhas ou então, acaso você use o rolo, faça o seguinte processo: abra a massa um pouquinho em uma superfície enfarinhada, dobre, estique um pouco, dobre, estique, dobre... faça isso umas 5 ou 6 vezes. Agora é só abrir a massa, bem fininha, com cerca de 1mm de espessura. Faça uma tira comprida e não muito larga, assim é mais fácil de controlar a espessura. Repita o processo com todas as partes (demorei nem meia hora). 
3. Deixe as tirar descansarem em um lugar arejado, até que elas comecem a secar e fiquem levemente esbranquiçadas. 
4. Se você tiver a maquininha de cortar, agora é só passar as massinhas pela máquina para cortá-las. Se você pretende cortá-las na faca, esfarinha super levemente as tirar, dobre-as e corte as tiras. Assim que terminar de cortar, separe-as e, de preferência, pendure-as em algum lugar para terminarem de secar. As minhas já estavam bem sequinhas, então só deixei um pouco mais em cima de mesa e depois separei em porções. Tive o rendimento de 780g de massa. Lá em casa ela já durou uma semana - não que tenha estragado depois disso, mas foi o quanto durou o estoque antes de comermos tudo rsrs.


Abra a massa bem fininha, com um 1mm de espessura, até ficar quase transparente.

Aqui a massa já cortada bem grosseiramente, justamente para ficar com cara de caseiro. Se quiser, corte  mais fininho e mais regular.

huummm yammy yammy! (p.s.: a toalha quadriculada vermelha não foi intencional!)

Aqui em montinho...

... e aqui já separado em porções, para facilitar guardar e cozinhar. 
Esse é meu paizinho e o varal de estender macarrão que ele mesmo inventou (agora ele deve estar fazendo muita macarronada lá no céu...) - era assim que costumávamos secar o macarrão lá em casa.


Preparada a massa? Agora vamos para o molho Alfredo!

Esse molho é a coisa mais simples do mundo! Uma simplicidade fantástica e genial e que dura já 3 gerações, desde que o chef Alfredo di Lelio criou o prato para sua esposa e depois passou a servi-lo em seu bistrô que havia sido inaugurado em 1910 em Roma. Virou o sucesso da casa e tornou o restaurante famoso, e desde a época de Alfredo ele ainda é feito da mesma forma, apesar de haverem diversas versões da receita por aí. O que dá destaque nesse prato é a qualidade dos ingredientes e há um truque básico: o prato em que será servido deve ser aquecido. 

Molho Alfredo (para 250g de macarrão):
  • 3 colheres (sopa) de manteiga de qualidade
  • 150g de queijo parmesão em pedaço
  • sal
  • uma colher de café de ervas de Provence

1. Cozinhe o macarrão em água salgada - não ´precisa de azeite, basta seguir a proporção de 1 litro de água para cada 100g de macarrão. 
2. Coloque os pratos nos quais será servido o macarrão em uma panela com água e ferva até eles estarem aquecidos. Ou, caso opte por colocar em uma só travessa, você pode ferver a água e despejar nela, ou ainda colocar água quente e levar ao forno ou ao microondas por alguns minutos. 
3. Rale o parmesão - compre o pedação do parmesão e rale em casa para garantir a qualidade. Muitas vezes os queijos já ralados possuem misturas ou já estão muito ressecados. Ralar em casa vai de certa forma garantir que o seu parmesão é mesmo parmesão.
4. Pegue o prato aquecido, coloque a manteiga (que vai começar a derreter lindamente!), sal, pitadinhas de ervas de Provence (cuidado, pois são muito forte!), coloque o macarrão e cubra com o parmesão. Se preferir, pode misturar já ou levar assim para a mesa, para que cada um misture o seu.


O parmesão é um queijo duro, então ele não vai derreter como a muçarela, ok?



24 de outubro de 2014

Sábado eu passei o meu dia em Floripa. Foi a minha primeira vez na cidade (bem diferente do que eu esperava, mas linda do mesmo jeito!), então é claro que eu tinha que visitar o mercadão municipal e depois acabei em um shopping e em uma livraria. Não tive muito tempo para escolher cuidadosamente um livro, mas acabei levando um que achei muito interessante e bem diferente dos que eu costumo achar por aqui. Sem falar que a proposta de juntar culinária, história e cultura do Nihon (o nome original do Japão) fez minha curiosidade ter tremeliques.

O livro fala sobre os izakaya (居酒屋), estabelecimentos japoneses surgidos durante o período Edo (período em que o Nihon foi governado pelos shoguns da família Tokugawa, de 1603 a 1868) e que tinham a função de comercializar o sake. Os fregueses podiam fazer a degustação da bebida na loja, que com o tempo passou a oferecer também alguns acompanhamentos. Hoje os izakaya são como bares em que se pode beber o tradicional sake, ou uma cerveja super gelada (que, por minha experiência com a convivência com os Nihonjin ou dekasseguis, pude perceber que eles adoram!), acompanhados de pratos também tradicionais que se harmonizam com as bebidas e estão repletos de culturas regionais - bom, assim como para os judeus, a comida os japoneses é um ritual, uma arte. 

A ordem dos assuntos apresentados segue mais ou menos assim: primeiro, uma breve história dos izakayas e uma contextualização. Há um grande enfoque nos estabelecimentos aqui do Brasil, ou melhor, de São Paulo e algumas estatísticas dos izakayas de acordo com o Ministério de Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Nihon. Depois, há uma boa parte sobre o sake, os principais tipos e a diferença entre eles. O livro segue com a apresentação de 8 estabelecimento, com suas breves histórias, seus donos e alguns pratos de destaque. 

Minha opinião de forma geral é: eu esperava mais. Talvez um pouco de preconceito meu, mas já fiquei um pouco com o pé atrás quando li que o livro não foi escrito por um especialista da área depois de anos de estudo - foi algo encomendado pela editora para um autor que, apesar de já ter ganho prêmio por livro publicado na área de gastronomia japonesa, não tinha muito conhecimento sobre o assunto até a editora encomendar o livro. 

A leitura é fácil, a linguagem é gostosa, tanto que li o livro rapidinho (até mesmo por conta das letras grandes, textos separados em tópicos e lindas imagens). Mas alguns capítulos se parecem muito com trabalhos acadêmicos, e até pude ouvir a voz do meu orientador da minha época de mestrado dizendo: "tá, isso é um capítulo de dissertação. Agora transforme em um capítulo de livro, pois é diferente." E eu ainda não entendi o porquê de ter uma parte sobre uma degustação, com uma breve biografia de cada participante, e não ter sido trabalhada melhor. E as biografias, totalmente dispensáveis, até mesmo porque os participantes não expressaram nenhuma opinião que formasse argumentos no texto. 

Gostei das receitas seguirem as origens - é um tanto decepcionante quando você compra um livro para ver as receitas originais e acaba se deparando com situações como "se não tiver molho shoyu, use molho inglês, que é a mesma coisa" ou quando você se depara com ovo de codorna no yakisoba (os Campo grandenses vão entender). Pode até ficar muito bom, mas se eu estou procurando pela receita original, que tente-se pelo menos chegar perto. Pontos a favor do livro: prima até pelo shoyu de fermentação natural, e não os de fermentação química que utilizamos por aqui. Gostei também do glossário no final e as lendas apresentadas.

A parte de fotografia e design do livro é um festival a parte: lindas ilustrações (às vezes parecia mais que eu estava lendo um livro infantil, de tão fofas e lindinhas), lindas fotografias, papel de qualidade, grosso e fosco (facilita a leitura, principalmente para quem, como eu, anda com o livro na bolsa e vez ou outra acaba apelando para as luminárias LED de livros). 

Vale a pena? Sim e não. O livro é interessante, o tema é interessantíssimo, uma pena que faltou algo mais. A impressão é de ótima qualidade. Entretanto, achei o valor um tanto salgadinho - entre 63R$ e 79R$. A qualidade da impressão justifica o preço, mas a quantidade de informações no livro, não.



Autor: Jo Takahashi / Editora: Melhoramentos / 168 pág. / Publicado em 2014.





2 de outubro de 2014

Laranja ultimamente tem sido um item básico aqui em casa. Daqueles que, quando o estoque começa a baixar, já passo no mercado e pego mais uns 3 quilos... Além de estarem baratas, ainda estão super docinhas esse ano, então dá para aproveitar bastante. É o tipo de suco que, mesmo tomando todo dia, não dá para enjoar. Não gosto muito de chupar laranja, mas o suco... humm... já desde a época da minha gravidez minha mãe costumava tomar litros e litros. Nasci, cresci e continuo assim, tanto que quando eu morava com meus pais, minha mãe costumava fazer o suco e deixar na geladeira. Ao invés de tomar água, eu bebia suco... hummm...

Essa semana ganhei um pote de acerolas, que minha tia colheu do pé que tem no quintal. Mas não gosto muito do suco puro de acerola - bebo, mas não é dos meus favoritos. Então resolvi juntar também os moranguinhos orgânicos que minha irmã comprou na feira - pequenininhos, vermelhinhos e docinhos como aqueles que dão no quintal de casa. O resultado foi esse super vitaminado suco, refrescante, colorido e delicioso! Não é exatamente uma receita que trago aqui hoje, mas uma ideia de mistura para o suco, rápido, nutritivo e delicioso!

Ingredientes:
  • 5 laranjas
  • 10 acerolas
  • 6 moranguinhos (bem maduros... se for grande, pode usar só uns 4 ou 5)
  • 2 colheres de açúcar (opcional)
  • 6 pedrinhas de gelo


1. Esprema as laranjas. Junte no liquidificador o suco da laranja, as acerolas e os morangos lavados, o açúcar e o gelo, bata e coe para servir. 



No seu copinho: vitaminas C, A, B1, B2, B3, B5, B6, além dos minerais cálcio, ferro, potássio, magnésio e selênio...
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